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Maggie May Caruthers, essa belíssima e esguia Playmate de
Agosto de 2014, destoa barbaramente do
padrão físico das outras Playmates escolhidas pelos editores de PLAYBOY ao
longo dos 60 anos anteriores. Do alto de
seus 1,80m, do fundo de sua plástica de top-model internacional, essa beldade
de Wichita, Kansas, subverte de forma espetacular o conceito da “girl next
door” criado por Hugh Hefner para o universo feminino explorado pela revista,
pois quando ficamos diante Maggie logo percebemos que não se trata de uma
mulher comum. Sem contar que ela surgiu num momento extremamente crítico para a
revista. Setores evangélicos acusavam PLAYBOY de ser pornográfica, e, apesar
disso não ser verdade, grandes Redes como a Wallmart e a BestBuy passaram a se
recusar a vendê-la em suas newsstands. Paralelo a isso, grupos LGBT iniciaram
um boicote a produtos de anunciantes que continuassem encaminhando programações
de media para revistas como por eles consideradas como “gay unfriendly” como
PLAYBOY, PENTHOUSE e HUSTLER. Acuada por todos os lados, a revista partiu para
medidas radicais: reduziu ao máximo a exposição de genitais femininos em suas
páginas e passou a trabalhar a imagem de suas novas modelos num padrão
assemelhado ao praticado da SPORTS ILLUSTRATED SWIMSUIT EDITION. Os resultados
foram muito bem-vindos pelo mercado, até porque o padrão fotográfico clássico
de PLAYBOY já estava muito cansado e defasado. E, convenhamos, com um mulherão
como Maggie para liderar essa virada estética, ficou muito mais fácil convencer
o público tradicional da revista a se adequar aos novos tempos. Com isso,
PLAYBOY ficou mais próxima de publicações masculinas concorrentes como MAXIM,
GQ e FHM. Infelizmente, permitiu que a revista tivesse apenas 5 anos de
sobrevida. Quando Hugh Hefner morreu em 2017, já se sabia que PLAYBOY não
sobreviveria a ela. Mas de todas as modelos exibidas nas páginas da revista nos
seus último anos de vida, Maggie May Caruthers foi, sem dúvida, uma das mais
exuberantes e difíceis de esquecer. (Chico Marques)
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